A ação ocorreu nesta semana, no município de Esmeralda, Rio Grande do Sul, e também resultou naapreensão de quatro caminhões e de sacas de bicarbonato de sódio - produto utilizado para mascarar a adulteração.
Para a Leite Compen$ado 9, o MP investigou por quatro meses a transportadora Márcio Fachinello - ME, que recolhia por dia entre 40 mil e 50 mil litros de leite cru de produtores. A companhia orientava motoristas a adicionar água ao produto coletado para aumentar o volume.
O proprietário da empresa, Márcio Fachinello, foi preso preventivamente na operação, juntamente com os funcionários Tiago da Luz Pereira, que já confessou a prática ilegal, Claudiomir Rodrigues de Souza e João Paulo Alves da Silva.
Os quatro podem ser condenados por crime organizado e prática comercial abusiva na cadeia produtiva do leite. O pai de Fachinello e um homem não identificado pelo MP também foram presos, em flagrante, por porte ilegal de arma de fogo.
A transportadora ainda é acusada de adulterar e comercializar leite coletado até sete dias após a ordenha. A legislação em vigor prevê prazo máximo de 48 horas entre a coleta e o processamento pelos postos de resfriamento.
Para adaptar o leite impróprio para consumo aos parâmetros legais, a empresa adicionava bicarbonato de sódio. O MP diz ter apreendido documentos que comprovam a venda de leite com acidez elevada em razão da deterioração natural do produto. O destino do leite adulterado seria a companhia Laticínios Unibom, localizada em Água Santa (RS).
Apesar da suspeita, caberá ao Ministério da Agricultura rastrear o caminho percorrido pelos produtos da fraude até a mesa dos consumidores. Na próxima semana, o MP deve ouvir mais testemunhas a respeito da fraude na transportadora gaúcha. A Operação Leite Compen$ado foi iniciada em 2013, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
Fonte:http://revistagloborural.globo.com