Apesar do período do mês, entrada da segunda quinzena, quando as vendas no varejo tendem a desacelerar, os preços da carne bovina sem osso vendida pelos frigoríficos acumulou alta de 1,7% na semana passada.
Para contrapor ainda mais o comportamento do mercado com o período atual do mercado interno, os cortes de traseiro, de maior valor agregado e que, normalmente, são mais vendidos no período em que a população está mais capitalizada, foram os itens que mais subiram, 2,3% contra 0,3% para a carne de dianteiro.
Tudo isso em meio à grave crise econômica que o país atravessa. As vendas do varejo em julho foram as piores para o mês em quinze anos, segundo o IBGE.
Considerando que, diante de tudo que foi exposto, não há possibilidade de que o consumo doméstico esteja puxando os preços, resta à exportação justificar tal comportamento.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), até a segunda semana de setembro, o volume médio diário de carne bovina in natura exportado foi 19,0% maior que a média desse mês em 2014.
Portanto, a única via de escoamento que poderia justificar a alta nos preços é a exportação, mas com ressalvas, já que absorve, historicamente, próximo de 20,0% da produção de carne nacional.
Mesmo que os abates estejam em queda, com a readequação da capacidade estática das indústrias e menor oferta degado, considerando ainda a margem atual dos frigoríficos, que é superior a do ano anterior, seria possível reduzir os preços da carne, a fim de estimular as vendas, já que a economia está cada vez pior e a população perdendo poder de compra.
A carne vendida no atacado subiu 22,6% em um ano, enquanto a arroba acumula alta de 11,7%.
Fonte:http://revistagloborural.globo.com/