Para criar os plásticos sustentáveis, os cientistas usaram uma gelatina produzida a partir do tratamento de parte desses tecidos extraídos dos animais. De acordo com Paulo José Sobral, professor da USP e coordenador do projeto, o trabalho com as proteínas apresenta uma série de atrativos. “É uma proteína originada de matéria-prima abundante e de custo reduzido”, diz. O maior apelo, segundo ele, é que, como proteína de origem animal, se caracteriza como naturalmente biodegradável, sendo consumido por fungos e outrosmicroorganismos do solo pouco tempo após o descarte.
Apesar de ser “comestível”, a ingestão do material precisa ser avaliada pelo consumidor, e não é uma obrigatoriedade. Os cientistas desaconselham o hábito se as condições de armazenamento do alimento com o plástico estiverem sujeitas a contaminação. Nesse caso, recomenda-se retirar o filme protetor antes da alimentação.
A inovação, contudo, ainda precisa de mais pesquisa antes de ser lançado ao mercado. A aplicação deste biopolímero está restrita a áreas mais secas, pois o material se deteriora muito facilmente em contato com altas umidades. Além da busca por aperfeiçoar os filmes e recobrimentos de gelatina, Sobral e sua equipe também estão trabalhando com o desenvolvimento de plásticos produzidos com amido de milho e fécula de mandioca.
Fonte:http://revistagloborural.globo.com/