A rodovia BR-163, no trecho que liga Mato Grosso ao Pará, está em condições péssimas, especialmente no lado paraense. A conclusão é da Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) e do Movimento Pró-Logística, também ligado à entidade, que realizaram uma viagem técnica pelo local entre os dias 14 e 17 de janeiro.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (20/1), os organizadores da viagem informaram que, de Sinop (MT) até Itaituba (PA), onde está localizado o Porto de Miritituba, faltam ser asfaltados 104 quilômetros. E, de Itaituba até Santarém (PA) faltam outros 88. Nessa parte do trajeto, a BR-163 intercala-se com uma parte da BR-230, a Transamazônica.
Os representantes da Aprosoja-MT fazem a ressalva de que esses locais não-pavimentados passam por manutenção e o período é de seca. "Não sabemos como ficará a situação quando as chuvas realmente começarem por ali”, explica Edeon Vaz Ferreira, do Pró-Logística, de acordo com o comunicado da Aprosoja-MT. Mas os problemas não se concentram apenas onde ainda precisa de alfalto. Segundo os especialistas, nos locais onde há pavimentação mais antiga, o asfalto não está em boas condições.
A rodovia BR-163 entre Sinop e Itaituba está incluída no Plano de Investimentos em Logística (PIL), anunciado pelo governo federal em junho do ano passado. O processo de concessão está em fase de audiência pública, de acordo com o Ministério do Planejamento. A conclusão desta etapa está prevista para o dia 12 de fevereiro. A intenção do governo federal é conceder por 30 anos a administração de 976 quilômetros à iniciativa privada.
Já foram concedidos os trechos da BR-163 entre Sinop e a divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, arrematado pela Odebrecht Transport, e o que corta Mato Grosso do Sul até a divisa com o Paraná, sob administração da CCR.
Situação diferente é a dos terminais portuários, de acordo com a Aprosoja-MT. As Estações de Transbordo de Carga (ETC’s) em Miritituba estão sendo construídas e colocadas em operação por empresas do setor privado. Desses locais, os grãos que chegam de caminhão pela BR-163 são colocados em barcaças e levados pelo Rio Tapajós até locais de exportação por via marítima.
“A Bunge e a Bertolini, por exemplo, estão em pleno funcionamento. As empresas Hidrovias do Brasil e Cianport devem começar a funcionar em fevereiro e julho, respectivamente. No caso da Cargill, a expectativa é que mais para o fim do ano comece o funcionamento pleno”, diz a nota da Aprosoja-MT.
O corredor de exportação pela BR-163 rumo aos portos do norte é considerado uma das principais alternativas para o escoamento da safra de grãos do Centro-oeste, especialmente do norte de Mato Grosso. De acordo com estimativas do Movimento Pró-Logística, no ano passado, 2,9 milhões de toneladas passaram pelas estações em Miritituba, sendo que a capacidade é de 5 milhões de toneladas.
Fonte:http://revistagloborural.globo.com/